Volta e meia
este dilema: sigo em frente ou viro à esquina?
Este impasse: prosa
ou poesia?
Vida
ou
arte?
Em verdade,
nascemos cindidos –
desde Sócrates
ou Agostinho: céu e lama, êxtase e fastio.
Volta e meia esta luta:
corpo insone,
mente insana
e esta lua...
E este verso, meu Deus,
que sempre volta, no fim da linha,
ao seu começo,
cheio de ecos,
cacos
e tropeços.
Volta e meia,
meia-volta...
(No entanto, do outro lado da rua,
o guardador de carros
não tem dúvida: se não descolar vinte pratas,
dorme na rua.)
Otto Leopoldo Winck
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