Soltem as amarras do meu barco, não temo a tempestade a
procela, que o vento estraçalhe a minha vela, naufragado já estou mesmo em
terra. Este barco carregando minhas mágoas, minhas lágrimas que hão de acrescer
o mar, pelo menos nessa luta sou um bravo, não escravo de quem não soube me
amar. Se por acaso da procela saio vivo, terei motivo pra valorizar a vida, e
procurar na estrada prometida o amor que até hoje não consegui encontrar.
Soltem, não segurem mais meu barco, neste charco não pretendo mais ficar,
formando pântanos de lágrimas doridas, por alguém que não merece o meu sofrer;
deixem que as vagas me levem para o fundo, pois viver neste mundo sem amor,
como o poeta já dizia, sem amor não existe poesia, e quem pensa que vive só
pensou, na verdade... não viveu só passou.
José Tavares
almaxpoesia.blogspot.com visite. prestigie.
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