Aproveito que o Chile está em chamas e compartilho mais um
fragmento do meu novo romance, "Que fim levaram todas as flores",
romance que tem por fundo um ano em que tudo pegou fogo: 1968.
"– A mistura mais simples é uma medida de óleo de motor
para duas de gasolina. Mas, para ficar mais letal, dá para adicionar detergente
e açúcar. O resultado é uma pasta viscosa, altamente inflamável, que pode
queimar por longos minutos, sem ser facilmente apagada. Também é possível
colocar ácido sulfúrico ou clorato de potássio – o que aumenta ainda mais seu
poder incendiário. Há um método relativamente simples para se produzir ácido
sulfúrico, que exige enxofre, água destilada e alguns equipamentos de
laboratório. Mas não recomendo, caso não haja ninguém com conhecimentos em
química. É mais fácil surrupiar o produto dos laboratórios dos colégios e
faculdades de vocês. Já clorato pode ser retirado das cabeças de palitos de
fósforo – ou substituído por nitrato de potássio, mais fácil de ser adquirido
em lojas de produtos agropecuários. Pois bem, por meio de um funil, enche-se
com esse líquido uma garrafa de gargalo estreito. Atenção: não deixem de
maneira alguma que o líquido escorra pelo lado de fora. Em seguida, introduzam
na boca do recipiente um retalho de estopa ou pano velho, com cerca de trinta
centímetros, com a ponta umedecida com o líquido. Vedem cuidadosamente com gaze
ou fita crepe. Para ativar o explosivo, primeiramente segurem a garrafa com um
braço. Assim. Depois, com a mão livre, acendam o pavio e atirem imediatamente o
artefato, com força suficiente para que ele se estilhace no alvo. Entenderam?
Bom, agora vamos montar um e fazer um teste. Mais tarde vamos aprender a fazer
uma bomba termita, à base de nitrato de alumínio, e uma C-2, com cloreto e
enxofre. Adrian, me alcance esse vasilhame aí, faz favor..."
OlW
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