terça-feira, 22 de outubro de 2019


Aproveito que o Chile está em chamas e compartilho mais um fragmento do meu novo romance, "Que fim levaram todas as flores", romance que tem por fundo um ano em que tudo pegou fogo: 1968.

"– A mistura mais simples é uma medida de óleo de motor para duas de gasolina. Mas, para ficar mais letal, dá para adicionar detergente e açúcar. O resultado é uma pasta viscosa, altamente inflamável, que pode queimar por longos minutos, sem ser facilmente apagada. Também é possível colocar ácido sulfúrico ou clorato de potássio – o que aumenta ainda mais seu poder incendiário. Há um método relativamente simples para se produzir ácido sulfúrico, que exige enxofre, água destilada e alguns equipamentos de laboratório. Mas não recomendo, caso não haja ninguém com conhecimentos em química. É mais fácil surrupiar o produto dos laboratórios dos colégios e faculdades de vocês. Já clorato pode ser retirado das cabeças de palitos de fósforo – ou substituído por nitrato de potássio, mais fácil de ser adquirido em lojas de produtos agropecuários. Pois bem, por meio de um funil, enche-se com esse líquido uma garrafa de gargalo estreito. Atenção: não deixem de maneira alguma que o líquido escorra pelo lado de fora. Em seguida, introduzam na boca do recipiente um retalho de estopa ou pano velho, com cerca de trinta centímetros, com a ponta umedecida com o líquido. Vedem cuidadosamente com gaze ou fita crepe. Para ativar o explosivo, primeiramente segurem a garrafa com um braço. Assim. Depois, com a mão livre, acendam o pavio e atirem imediatamente o artefato, com força suficiente para que ele se estilhace no alvo. Entenderam? Bom, agora vamos montar um e fazer um teste. Mais tarde vamos aprender a fazer uma bomba termita, à base de nitrato de alumínio, e uma C-2, com cloreto e enxofre. Adrian, me alcance esse vasilhame aí, faz favor..."


OlW

Nenhum comentário: