Em certas noites de lua cheia,
Monto o meu cavalo de sombras que há,
E cavalgo as planicies da ideia,
Ate me perder por la
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Atravesso cidades desconhecidas,
Sem ver o rosto da gente,
Eras no tempo perdidas,
Em que ate,o tempo e diferente
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Assumo vidas diferentes,
Como andante cavaleiro,
E deslizando entre gentes,
Viajo,no mundo inteiro
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Tudo o que vejo e eu,
Sombras de mim,
Vindas de um escuro de breu,
Mas viscosas,como cetim
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Cavalgo rápido como o vento,
Montanhas mares e desertos,
Vivo séculos,num so momento,
Em mundos por mim descobertos
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Sobrevoo lagos profundos,
De aguas negras, agoirentos,
Tudo em sombras e tons cinzentos,
Que são a cor desses mundos
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Lugares de paz indestrutível,
Onge tudo e imaginado,
Onde a guerra mais terrível,
E um cenário pintado
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Transformo emoções em realidade,
Para encher o vazio,
Viajo entre sombras,em liberdade,
Por mundos,que ninguém viu
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De dia,
Sou uma anémona transparente,
Esguia,
Passo,indelevelmente
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Ate chegar ao meu mundo,
Das sombras,sombrio,
Agoirento e profundo,
Em que me,delicio
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Por vezes isolo-me no mar,
Sem ameaças por perto,
E deixo-me navegar,
De espírito aberto
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Anulo tempestades,
Ofereço-me so,calmaria,
Cortejo lindas divindades,
Em lânguida,monotonia
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De repente,estou na China,
Numa montanha perdida,
Observando uma pétala que germina,
Na amendoeira da vida
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O primeiro raio de sol que recebeu,
A alma que se incendiou,
Carrego tudo,quanto me deu,
Monto nas sombras,e vou
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Renasço numa viela perdida,
Num raio de luz de um nascimento,
De uma chamada perdida,
E de mais luz,me alimento
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Cavalgo as ruas da cidade,
Sem parar,
Vejo luxúria maldade,
Vejo lua e vejo o mar
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E na escuridão total,
Vejo pontos luminosos,
Como estrelas e natal,
Sobre presépios grandiosos
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Sempre andando,
Por os cantos da mente,
No tempo saltitando,
Para trás,e para a frente
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Num laivo de prazer de uma que passa,
Eis a chama,que se reprova,
Aquela centelha devassa,
A alma,do casa nova
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Mundos libidinosas,
Que percorro de repente,
Contactos voluptuosos,
Mas cavalgo,e sigo em frente
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Prendem-me a atenção uns rumores,
Uma queixa desejada,
E uma,que presta favores,
Meio em pe,meio deitada
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Sigo o caudal do desejo,
Ávido e profundo,
Ca de cima bem que o vejo,
Girando em torno do mundo
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Lava borbotando,
Nascida de erupções atómicas,
Em vida se transformando,
De proporções astronómicas
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Na minha letárgica solidão,
Entre mundos pardacentos,
Perdido na imensidão,
Sombra negra,em tons cinzentos
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Ate que vi ao passar,
Um azulejo antigo,
Com uma quadra popular,
De um caaleiro meu amigo
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Fiquei a rebentar de emoções,
Nem me cabiam no peito,
Mas la fui aos tropeções,
Fui por ali,a direito
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Eis que finalmente,
Encontro gente acordada,
Cavalgando também entre gente,
Em qualquer linha deitada
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Em mundos do Adamastor,
Perseguindo ilusões,
Com ódio e com amor,
O fera doce,o Camoes
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Quem poderá entenderesta doçura,
Falava a sos envergonhado,
Couraçado de armardura,
Tendo nrnhures a seu lado
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No reino da miséria luxuosa,
Poor seu brilho enriquecida,
Entre nobres,de nobreza duvidosa,
E de riqueza,empobrecida
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Ouro r luz la vai espalhando,
Cartografando vida espiritual
Entre gurras de quando em quando
Vai dando alma a Portugal
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O ponto de partida,
Onde os sonhos habitam,
O porque da vida,
De que os sombras necessitam
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De aqui parto,mas não vos deixo,
Como cão que não morde mas ladra,
Que agora lembrei do Aleixo,
E uma qualquer sua quadravia mais com um so olho,
E com uma pena escrevia,
Que muito,sem ser zaralho,
Mas na miséria vivia
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Parecia ruína a sua sorte,
Os apostulos são assim,
So que se livram da morte,
Meu Deus quem,me dera a mim
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Cavalinho cavalinho toca a andar,
Que há muito ainda que ver,
Não va agente parar,
Que parar,e morrer.
Antonio Pinto L
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