quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Noites de lua cheia


Em certas noites de lua cheia,
Monto o meu cavalo de sombras que há,
E cavalgo as planicies da ideia,
Ate me perder por la
X
Atravesso cidades desconhecidas,
Sem ver o rosto da gente,
Eras no tempo perdidas,
Em que ate,o tempo e diferente
X
Assumo vidas diferentes,
Como andante cavaleiro,
E deslizando entre gentes,
Viajo,no mundo inteiro
X
Tudo o que vejo e eu,
Sombras de mim,
Vindas de um escuro de breu,
Mas viscosas,como cetim
X
Cavalgo rápido como o vento,
Montanhas mares e desertos,
Vivo séculos,num so momento,
Em mundos por mim descobertos
X
Sobrevoo lagos profundos,
De aguas negras, agoirentos,
Tudo em sombras e tons cinzentos,
Que são a cor desses mundos
X
Lugares de paz indestrutível,
Onge tudo e imaginado,
Onde a guerra mais terrível,
E um cenário pintado
X
Transformo emoções em realidade,
Para encher o vazio,
Viajo entre sombras,em liberdade,
Por mundos,que ninguém viu
X
De dia,
Sou uma anémona transparente,
Esguia,
Passo,indelevelmente
X
Ate chegar ao meu mundo,
Das sombras,sombrio,
Agoirento e profundo,
Em que me,delicio
X
Por vezes isolo-me no mar,
Sem ameaças por perto,
E deixo-me navegar,
De espírito aberto
X
Anulo tempestades,
Ofereço-me so,calmaria,
Cortejo lindas divindades,
Em lânguida,monotonia
X
De repente,estou na China,
Numa montanha perdida,
Observando uma pétala que germina,
Na amendoeira da vida
X
O primeiro raio de sol que recebeu,
A alma que se incendiou,
Carrego tudo,quanto me deu,
Monto nas sombras,e vou
X
Renasço numa viela perdida,
Num raio de luz de um nascimento,
De uma chamada perdida,
E de mais luz,me alimento
X
Cavalgo as ruas da cidade,
Sem parar,
Vejo luxúria maldade,
Vejo lua e vejo o mar
X
E na escuridão total,
Vejo pontos luminosos,
Como estrelas e natal,
Sobre presépios grandiosos
X
Sempre andando,
Por os cantos da mente,
No tempo saltitando,
Para trás,e para a frente
X
Num laivo de prazer de uma que passa,
Eis a chama,que se reprova,
Aquela centelha devassa,
A alma,do casa nova
X
Mundos libidinosas,
Que percorro de repente,
Contactos voluptuosos,
Mas cavalgo,e sigo em frente
X
Prendem-me a atenção uns rumores,
Uma queixa desejada,
E uma,que presta favores,
Meio em pe,meio deitada
X
Sigo o caudal do desejo,
Ávido e profundo,
Ca de cima bem que o vejo,
Girando em torno do mundo
X
Lava borbotando,
Nascida de erupções atómicas,
Em vida se transformando,
De proporções astronómicas
X
Na minha letárgica solidão,
Entre mundos pardacentos,
Perdido na imensidão,
Sombra negra,em tons cinzentos
X
Ate que vi ao passar,
Um azulejo antigo,
Com uma quadra popular,
De um caaleiro meu amigo
X
Fiquei a rebentar de emoções,
Nem me cabiam no peito,
Mas la fui aos tropeções,
Fui por ali,a direito
X
Eis que finalmente,
Encontro gente acordada,
Cavalgando também entre gente,
Em qualquer linha deitada
X
Em mundos do Adamastor,
Perseguindo ilusões,
Com ódio e com amor,
O fera doce,o Camoes
X
Quem poderá entenderesta doçura,
Falava a sos envergonhado,
Couraçado de armardura,
Tendo nrnhures a seu lado
X
No reino da miséria luxuosa,
Poor seu brilho enriquecida,
Entre nobres,de nobreza duvidosa,
E de riqueza,empobrecida
X
Ouro r luz la vai espalhando,
Cartografando vida espiritual
Entre gurras de quando em quando
Vai dando alma a Portugal
X
O ponto de partida,
Onde os sonhos habitam,
O porque da vida,
De que os sombras necessitam
X
De aqui parto,mas não vos deixo,
Como cão que não morde mas ladra,
Que agora lembrei do Aleixo,
E uma qualquer sua quadravia mais com um so olho,
E com uma pena escrevia,
Que muito,sem ser zaralho,
Mas na miséria vivia
X
Parecia ruína a sua sorte,
Os apostulos são assim,
So que se livram da morte,
Meu Deus quem,me dera a mim
X
Cavalinho cavalinho toca a andar,
Que há muito ainda que ver,
Não va agente parar,

Que parar,e morrer.


Antonio Pinto L               

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