Senhor,
livrai-me dos ismos
fronteira de abismos
mas não da saudade.
Que o saudosismo
é vício da alma
veia de escapismos
de quem tão sem calma
ficou no passado
do lado estragado.
Senhor,
livrai-me dos ismos
quaisquer fanatismos
mas não da saudade
Se fosse... Não foi.
Ficou, se enterrou
viver sempre doi
dor de narcisismo
E nenhum passado
é mais que o presente
para quem não sente
a estrada do tempo
não há escapismo
Segui-la nos resta
o resto se empresta:
de trapos de infância
faz-se reciclável
intensa esperança
futuro provável
sem pragmatimo
Senhor,
livrai-me dos ismos
sombrio niilismo
mas não da saudade
O absolutismo
não quero, em verdade,
prefiro a quimera
num chá de maçã
futuro, e, nem era.
Mas algo me espera
e sempre é amanhã.
via do lirismo
da regra a exceção
Senhor,
livrai-me dos ismos
mas não da saudade
eu só quero breve
pouca eternidade
como pluma leve
planando em eufemismos
Elane Tomich
T.Otoni, 04 / 2011
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