sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Oráculo das mãos

Eliane Triska       


Voltei a orar num céu de muitas sendas,
E ascender no solar do coração,
Um mar com rosas brancas de oferendas,
O sol líquido da imaginação.

O horizonte ancestral, veio das terras,
Saliva no meu chão, beiço das hortas.
Que grande boca no engolir das eras,
Me joga à vida o peso das encostas.

Minhas mãos vassoureiras limpam cascas,
Nas cabeceiras mornas da memória,
Por águas fundas livres das borrascas.

A sós, viverão nuas como lanças,
E brincarão no céu a absurda história,
Como unidas assim, foram crianças!


Canoas/RS

Nenhum comentário: