O deserto é tão necessário para alertar o homem, que a terra
morre e com a morte da terra o homem não come, e sem alimento a vida na terra
some. O mar é tão grande, mas já foi bem maior, mar e deserto talvez tenham
sido um só, o sal no deserto a areia no mar, talvez pra mostrar que a pedra
também vira pó. As ondas do mar e as dunas de areia, o balanço das velas e o
tranco do camelo, navegar é preciso viver já nem tanto, para o homem que reza
num templo infinito e cozinha seu pão no calor da areia.
O deserto prossegue a iludir a visão, mostrando o que tinha
antes da destruição, água cristalina em cada miragem, antiga paisagem na
imensidão. O mar revoltado com tanto descaso, como a água de um vaso esquecido
ao relento.
O vento que agita no mar a procela, é o mesmo que cria a
tempestade de areia, a indiferença no olhar do camelo, como o necessário
deserto onde foi maré cheia.
O homem é o pássaro que destrói o a árvore onde está seu
ninho, como o vírus que mata o seu hospedeiro, o deserto é a febre que alerta o
doente, o pavio da bomba prestes a explodir, a sombra do lobo que assombra o
caminho, quem sabe o homem ao fazer o deserto, está tentando criar o camelo marinho.
Antes da terra morrerá o homem, antes da árvore cairá o ninho.
zlmaxpoesia.blogspot.com
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