Deus das terras ofendidas, das
montanhas abandonadas,
dos tributos que converteram o
refúgio em tempestade.
Deus das flores rasgadas, das
tribos afastadas de seus avós,
do pasto que perdeu suas sementes
para outras esferas.
Em uma próxima geração ressurgem
todos os erros.
O poderoso domínio da ansiedade
não tarda muito,
nada o impede de converter
vigias, arautos e carpideiras.
O dia é testemunho de um milagre
humilhado,
de um pomar que não se reconhece
em seus filhos,
de uma falsa viagem que nos
reconforta por repetir-se.
Deus que a todo instante não se
cansa de multiplicar-se,
deixemos um pouco de rastro em
cada sofrimento,
para que não sejamos sempre as
mesmas vítimas gastas.
in 365 POEMAS & FOTOS | 361
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