domingo, 30 de dezembro de 2018

Horizontalidade


Busco na janela
um sol que me acorde.
Ando deitado a não querer
abrir os meus olhos.
Deliro na penumbra
que surge da escuridão
como ilusão fantasmagórica.
Nos tentos de alguns raios
um pouco de glória,
mas é lento
o meu despertar
desta morte alegórica.
Neste dormitório
ando cansado,
deixo estar,
quero apenas a praia
e o mar...
e coca-cola.
Sono cheio de repertório.
Sonho tanto
que não se dá conta
a fronha do meu travesseiro
onde minha cabeça
atola.
Sensação meio hipnótica.
Distração da vontade
de querer se levantar
a robótica
minha metade.
Desejo
e bocejo
e nada mais vejo
a não ser camas
esteiras e redes.
Algumas palmeiras,
uns coqueiros
inclinadamente.
É minha preguiça
espreguiçada
horizontalmente!


 Paulo Henrique Frias  
                

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