Duas luas gêmeas, os teus seios,
prata branca. Jóia pálida de alva rara que finda as minhas noites abismais,
quando não há sonhos no meu leito estreito. Desejo. E o pensamento comedido no
caudal de prazeres fecundos é tanto, que os teus úberes abundantes rubejam,
pois, de vergonha e deleite, coram diante de êxtase tão febril e casto.
Feitos. Tatos de pureza tantos e
tão sóbrios gestos à feição singela, que o mais alto aos teus pés reclina,
reverencia a tua feitura, filha de Deus.
Só de possuir a tua imagem, só de
memorá-la, posso cobrar o fruto de ouro da árvore de um místico jardim. Sou
herói divinizado, deus decaído regressando à morada da imortalidade, dantesca
aventura, viagem d’alma, na blindagem do corpo.
Essa febre de pele desnuda que só
o teu colo refrescaria daria sentido à existência, em tudo o teu bálsamo
derramarias, para a cura de todo esse mal. Mas como é larga e confortável a
solidão neste colchão.
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