Íntimo do medo
(e não avesso a ele)
o rosto indecifrável sequer denuncia
a tropa de cavalaria
que lhe sacode o peito.
Enquanto as mãos,
na exposição do argumento,
tremem visivelmente,
ele permanece sereno, pousado
(gota de orvalho sobre a agulha do pinheiro)
no momento presente.
Daí o seu poder deriva:
de não querer domar a coisa viva,
mas cavalgá-la com graça
(o corpo não se opõe ao desejo).
Ele é dono do seu medo,
e o abraça.
CLAUDIA ROQUETTE-PINTO
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