(o nascimento do teatro e sua magia)
Houve um homem franzino e descontente,
Por ter a alma imprópria, só, vivia
Um delirante tédio em meio a gente
Que o desprezo por ele consentia.
Por tudo contrariado, quis vestir-se
Com outra alma que não fosse a sua;
Subiu num palco, e para quem o ouvisse:
- Preciso de outra para andar à rua!
O povo lhe entregou alma melhor...
Suspiros: - Nunca mais serei um pouco!
Usou-a... Mais usou-a e já de cor,
Insatisfeito, volta à rua, louco.
Aos berros, implorou: - Quero outras almas!
_ Deixo a minha em confiança e garantia!
A multidão, em risos, ia às palmas,
Mas jamais alma alguma lhe servia...
Canoas/RS
Eliane Triska
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