segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

FÊNIX



Anoitecia
em meus olhos o sol,
enquanto a lua
– espaçonave anacrônica –
amanhecia
do oceano escuro que há em mim
para a noite crescer em estrelas e luz.

Sou novamente noite.

Em meus olhos não mais arde o sol.
Mas em meu lábio a lua
entoa outra vez sua lenda
em seu cortejo de séculos.

Sou novamente poeta.

Novamente me vejo perdido,
estranho
e azul.

Otto Leopoldo Winck

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