A escuridão da madrugada esmaga o grão humano de areia em
seu nada absoluto que domina a vastidão de seu anonimato .O som seco de seu ser,
sinaliza uma existência que luta para ser vida, a ser Pessoa , a ter um Eu
potente que ilumine nessas horas sinalizando possibilidades , escrutinando
horizontes. O excesso de cores produziu a aparência da ausência . Tudo ao redor
ou aponta ao precipício ou cega pela luz sem vida .
A poeira das horas afogaram as semanas e agora mais um ano
se passou na escuridão . Aprendi a ler os odores e reentrâncias das trevas . A angustia
e o peso da existência não me obrigam mais a senti-los como açoites . São companhias de viagem
Outrora vi imagens de devires na forma de fotos , sorrisos e olhares em uma foto,
lembranças de uma época que ficou rasgada pela metade . São imagens em alguma
gaveta que não se permite empoeirar.
Wilson Roberto Nogueira .
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