O abismo
é como um espasmo dentro de tudo.
Ou uma roda
que não gira,
cheia de limo.
Um dia eu quis o abismo.
E o abismo me quis.
(Menino conduzido pela mão do infinito,
meus olhos não viram
na carroça que passava
o sorriso de sarcasmo
do nada.)
Eu só queria
poder brincar de novo
debaixo da chuva do tempo.
(Olha, colhi todas as flores do jardim perdido.)
Voltarei mais tarde.
Ou nunca voltarei.
Viver é imaginar pulos
no além.
Hoje eu sei
que o abismo está vivo
e o agora não existe.
No fundo do abismo
EU SOU.
Otto
Leopoldo Winck
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