Longe da costa o mar inicia dança de baixo para cima
enrolando-se nas próprias águas, gira, gira, gira, vai girando e girando...
enrolando-se e o vento soprando as águas formando redemoinho gigantesco. Começa
marcha rumo ao continente. Furiosamente, sentindo raiva do mundo em grande
reta, vai na brasa dos pneus. Só pensa em lamber lambendo o que vai pela
frente, furiosamente dando lambidas nas águas. Grossas ondas, altas e gigantes,
velozes e furiosas e cada vez mais velozes e mais furiosas. Vão riscando a reta
rumo ao continente desavisado. Pessoas nas praias em seus trajes de banho,
algumas expostas ao sol trajando vermelho ou qualquer outra cor. As ondas vão
se aproximando raivosas, nervosas, de mau com o mundo, ondas que vão
vagabundeando do mar para o continente, agarradas umas às outras. A velocidade
e beleza das ondas volúveis era estonteante, medo, horror, inspiravam. Também a
versatilidade e rudeza tornavam as ondas de uma beleza sem par, tanto que as
pessoas pararam, estáticas não entendiam por estarem sendo surpreendidas.
Verdadeiras serpentes por sobre as águas rumo ao continente de bocas abertas
para engolir, absorver, tragar tudo o que estivesse à frente. Rastro de
destruição alimentando-se do que estava no rumo, depois de satisfeitas,
calmamente como se nada houvesse, em recolhimento voltavam para alto mar...
Marta Peres
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