segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Tsunami



Longe da costa o mar inicia dança de baixo para cima enrolando-se nas próprias águas, gira, gira, gira, vai girando e girando... enrolando-se e o vento soprando as águas formando redemoinho gigantesco. Começa marcha rumo ao continente. Furiosamente, sentindo raiva do mundo em grande reta, vai na brasa dos pneus. Só pensa em lamber lambendo o que vai pela frente, furiosamente dando lambidas nas águas. Grossas ondas, altas e gigantes, velozes e furiosas e cada vez mais velozes e mais furiosas. Vão riscando a reta rumo ao continente desavisado. Pessoas nas praias em seus trajes de banho, algumas expostas ao sol trajando vermelho ou qualquer outra cor. As ondas vão se aproximando raivosas, nervosas, de mau com o mundo, ondas que vão vagabundeando do mar para o continente, agarradas umas às outras. A velocidade e beleza das ondas volúveis era estonteante, medo, horror, inspiravam. Também a versatilidade e rudeza tornavam as ondas de uma beleza sem par, tanto que as pessoas pararam, estáticas não entendiam por estarem sendo surpreendidas. Verdadeiras serpentes por sobre as águas rumo ao continente de bocas abertas para engolir, absorver, tragar tudo o que estivesse à frente. Rastro de destruição alimentando-se do que estava no rumo, depois de satisfeitas, calmamente como se nada houvesse, em recolhimento voltavam para alto mar...

Marta Peres

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