© Nathan de Castro
Meus versos bem-te-vis pardal chocou,
e bem que eu vi no ninho um tico-tico
que guardava a poesia no seu bico,
como quem guarda o sonho que encontrou.
Meus versos sabiás, — mamão maduro —
comida de sanhaços e rolinhas
nos pomares -sonetos de "abobrinhas"
que arranco do meu lado mais escuro.
Meus versos pica-paus de bananeira
que já deu flor e frutos aos poetas
canários, curiós e beija-flores,
procuram descrever de outra maneira,
sem nem pensar se as formas são corretas
ou se a poesia exige novas cores.
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