domingo, 16 de agosto de 2009

Intróito

Folhas para guardar outonos
e abafar o estrépito da secura

Mácula desliza na brancura inerte
A poeira vagueia na luz que ludibria
a cortina desabada.

Palha, oxidação, sépia

Fujo pelas veredas do papel
Acomodo-me na tinta
Há refrigério no sulco da impressão

Quando se é permeável
soçobra a palavra que perfura

Choro, reza, sangria

Folhas para guardar outonos


Iriene Borges
http://www.poeteias.blogspot.com

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