sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Per Augusto & Machina



PARA RENATA

eu faço poesia
porque a vida não basta
e preciso dividir mistérios.
incertos, os marimbondos vazios
me arrastam pela tarde.
o mel da manhã, fel em mim,
entope minhas veias.
quando os solavancos da palavra
vão redimir meu corpo?
quanto de mim é fogo
e terra?
sobram o hiato das pontes, os rios
degenerados. minha manhã dura
só faz o recomeço das coisas.

Romélio Rômulo

in "Per Augusto & Machina", 2009, p. 20.

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