De Mara Paulina Arruda
Que insensatez a minha! Foi assim que ele começou a prosiar.
E, como eu estava falando... a vida muitas vezes é insensata. Estou puxando
este arado desde as 4 horas da manhã. Preciso mexer na terra antes de começar
semear. Há muito faço esse caminho; é uma marca de mim mesmo. Mas deixe quieto!
A vida é assim: oh! crendiospai! Num dia estamos numa roda de chimarrão
passando de mão em mão a cuia,os filhos no berço, e noutro aqui sozinho desde o
cantar do galo. Mas que nada! Ainda tem a tarde e eu vou lá na cancha jogar
bocha, me distrair um pouco. A única coisa que não tem fim é a saudade das
minhas crianças que foram embora e pouco dão notícias. Estão na cidade
estudando. Oh mundo sem porteira! E além disso a mulher, justo hoje, tá com uma
cara de quem foi atropelada. Mas eu não vou discutir com ela e nem suas razões
porque nesses dias eu sou mesmo é um filósofo.
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