quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um olho negro que se abre para olhar o céu
vê peixes que brotam das nuvens em flor
pétalas em flocos se escondem na poeira
das fábricas .Cicatrizes das urbes flamejantes
apagam os rastros da saliva ácida de Deus
as sedentas bocas de lobo que evisceradas
devolvem ossos , tripas e pesadelos da cidade que sangra
rompe o silêncio na arquitetura infâme do pesadêlo.
Mais um dia de pés rasgados trilhando trilhos de trens fantasmas
E a pálpebra se fechasem olhos para ver.


Wilson Roberto Nogueira

2 comentários:

Anderson Carlos Maciel disse...

Liberaram o meu acesso à internet aqui no trabalho. Divirto-me em parear esses textos publicados. Como dizia Stephen King, devemos escrever e escrever mais ainda para atingir a perfeição. A linguagem de Wilson é enigmática. São perigosas tantas sinestesias macabras, mas dão bom romance policial essas imagens evocadas. De minha parte prefiro a magia dos contos mitológicos. Aprecio a erudição alternativa de Wilson como persistência incansável em atingir a forma acabada.

aedoscuritibanos disse...

Grato Twelvetribes pelo comentário que recebo atento . Cortês e construtivo na avaliação.è sem dúvida uma ajuda indispensável ao meu desenvolvimento enquanto alguêm que atropela as letras até enxergar em algum poste a luz iluminadora.Muito Obrigado .