terça-feira, 15 de janeiro de 2013



Ricardo Aleixo:

faço parte, com muita aleGrrrrrria, de um número crescente de artistas para os quais a ilusão do sucesso perdeu lugar para o entendimento de que, contra os mais de 50 tons de CINZA de que a indústria cultural se vale para bombardear diuturnamente a tão propalada diversidade artística e cultural brasileira, o único caminho possível é o do FAZER.

sucesso, hoje, é PODER FAZER. FAZER sem medo, FAZER junto, FAZER muito. e de tudo - a partir da relativização / anulação / substituição dos critérios que até bem pouco tempo atrás definiam QUEM PODE e QUEM NÃO PODE FAZER.

o PÚBLICO? "o que fazer com o público?", perguntava-se torquato neto, no final de um comentário entusiasmado sobre um certo show de jards macalé para um teatro praticamente vazio, em 1971.

nossa principal demanda, agora, é saber para que, exatamente, precisamos de um público. pessoalmente, prefiro ter - como tenho - interlocutores, parceiros, cúmplices. gente REAL, VIVA, com quem posso conversar de igual para igual, tramar novas possibilidades de "andar caminho errado" (belchior) e, na melhor das hipóteses, me TRANSFORMAR num sujeito melhor.

o resto é janta de anteontem, que fulano já nem consegue requentar direito. porque acabou o gás.

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