Ricardo Aleixo:
faço parte, com muita aleGrrrrrria, de um número
crescente de artistas para os quais a ilusão do sucesso perdeu lugar para o
entendimento de que, contra os mais de 50 tons de CINZA de que a indústria
cultural se vale para bombardear diuturnamente a tão propalada diversidade
artística e cultural brasileira, o único caminho possível é o do FAZER.
sucesso, hoje, é PODER FAZER. FAZER sem medo, FAZER
junto, FAZER muito. e de tudo - a partir da relativização / anulação /
substituição dos critérios que até bem pouco tempo atrás definiam QUEM PODE e
QUEM NÃO PODE FAZER.
o PÚBLICO? "o que fazer com o público?",
perguntava-se torquato neto, no final de um comentário entusiasmado sobre um
certo show de jards macalé para um teatro praticamente vazio, em 1971.
nossa principal demanda, agora, é saber para que,
exatamente, precisamos de um público. pessoalmente, prefiro ter - como tenho -
interlocutores, parceiros, cúmplices. gente REAL, VIVA, com quem posso
conversar de igual para igual, tramar novas possibilidades de "andar
caminho errado" (belchior) e, na melhor das hipóteses, me TRANSFORMAR num
sujeito melhor.
o resto é janta de anteontem, que fulano já nem
consegue requentar direito. porque acabou o gás.
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