segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013



arquear o corpo da mulher. música xilofonada em ossos: arcadas, fósseis. o sangue iluminando os microcanais das tetas.

cabeça, o lustre absoluto. uma imensa copa cujos galhos se inclinam para o outro lado da noite: ouve-se o silêncio, o tônus secreto das línguas, como que varado por um fogo de patas, que bate casco. queima, fluído.

dizem, é o canto desentranhado, a delicada implosão do músculo da luz; dizem, é o amor, de repente, uma lira quadrúpede que se deixa tanger pelo crime, este crime lentamente masculino.

tudo canta por baixo dos testículos tombados.
 
Mar Becker


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