sexta-feira, 16 de maio de 2014


''Não quero ter-te na palma das mãos
Pois, como areia, você escorreria por entre os dedos;
- E escorre.
Te amo calado. Te amo no escuro.''
Um céu repleto de girassóis nus,
De nuvens que morrem amanhã,
Que dançam hoje; um dia tão azul quanto eu.
Nós, ainda que humanos, imortais.
Eu dizia ao mar coisas desinteressantes,
E ele me ouvia com atenção; novo amigo.
O meu amor é um ruído desafinado
De um lindo canário num quarto escuro;
Amo suas penas amarelas claras,
Amo sua insensatez, sua indiferença;
Amo seu canto desafinado mais que tudo;
Ainda que não posso tocar sua face, amo.
Amo há alguns dias; amo de porre, amo nos céus.
E como dizia Drummond, eu te amo porque te amo.
Mas te amarei só até amanhã,
Tudo morre, ao menos uma vez.

Matheus Forcinetti


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