quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Era nas mãos de uma flor que eu queria morrer.
[Não consumida por esse fogo eterno no ventre]
Era nas mãos de uma flor que fosse lânguida, tivesse cheiro de tarde
e soubesse guardar das minhas tolices.
Nas mãos de uma flor que não fizesse alarde nem risse
deste desenho infantil que fiz de um relógio de sol no pulso
no intuito de recolher o braço à sombra e enganar o tempoque me esgana.
Nas mãos de uma flor que fosse bacana
e guardasse, no útero, do pó dos meus ossos,
Quem sabe assim, disfarçada
em pétala, folha ou raíz, eu renascida revivesse,
no olor de futura manhã, meu caso de amor com o sol.

Lázara Papandrea

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