Um homem carregava um ser esquálido, disforme, medonho aos
meus olhos desacostumados com o imperfeito. E vi alegria nos olhos do homem e
nos enormes braços bambos do menino, que o vento acariciava. O homem carregava
o filho e o amava desesperadamente. Amava-o a despeito de todas as deformidades
físicas. De vez em quando parava e beijava-lhe a fronte como que se quisesse
acalmá-lo da vida.Tudo isso ali, às margens da linha férrea, num quase meio-dia
do dia de finados. Tudo ampliado pela luz. Tudo belo. Tudo dor.
Lázara Papandrea
Nenhum comentário:
Postar um comentário