segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Clarice vê


Nascer à fórceps
A hora da estrela

A esperança

Da janela, uma nordestina desdentada
Acena pra mim

No espelho

Sou passagem, olhos de paisagem
Trago enxada e brita

Risco a estrada

No Cartão postal:
Um recorte do espaço
no tempo, sou miragem...

miro mirages e acerto colibris

Felizmente, com Gullar aprendi:
À noite todos os fatos são pardos.


Lou Albergaria

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