O medo é a alma dizendo onde dói
pássaro conduzindo léguas
sob asas feridas.
É grito de Munch sangrando a moldura
expressão da face à beira-morte
quando um anjo anuncia o delírio.
É o temor do cântaro ao desuso
jardins plenos de sede e gerânios
cardumes de espectros
pescando crendices nos rios da noite.
Há mel e fé na colmeia do medo
e os anjos terríveis de Rilke
pintam de ferrugem cada luz e riso;
semeiam gerânios sobre cada grito.
Poemas
de Wender Montenegro | poesiawm.arteblog.com.br
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