Quisera
na janela de minha página
avistar a lua
ou o sol da meia-noite.
Quisera
uma brecha
nas cortinas, uma fresta
onde eu pudesse vê-la
toda nua
-- minha poesia em sua forma pura.
Mas, em vez disso,
o que tenho para hoje
é a cor suja que me suja
os olhos -- o cinza de um dia que perdura.
Não importa:
é desta matéria impura
que erguerei
como uma paliçada
minha poesia
-- uma lua de sangue
ou um sol de fogo
no meio da noite.
Otto Leopoldo Winck
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