O poeta trazia um chip escondido no corpo.
Aos 23 soube que era rastreado –
numa sala escura um monitor Toshiba
piscava uma luz verde que era ele:
se súbito virasse à esquerda
e corresse até o tênis acabar eles saberiam.
Mergulhar por dias em piscina, de escafandro,
ou enfiar o dedo na tomada não adiantava –
era a prova d’água, imune ao curto-circuito.
A luz continuaria piscando, indicando
aos agentes que ele estava onde estava.
Com a faca arrancá-lo seria em vão.
Outro seria posto no lugar do primeiro –
à noite, pelo pai; ou num ato violento por eles.
Novamente internado, voltaria
com a tecnologia re-implantada –
up grade da versão dois ponto zero,
mais moderna, com sinal via satélite.
Rafael Nolli
htt://www.rafaelnolli.blogspot.com
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