Projeto fotográfico com base nas teorias de Georg Simmel, Vilém Flusser e Jean
Baudrillard, que tenta provocar, em um hipotético observador aleatório, a
constatação de que os estímulos provenientes da realidade são, e cada vez mais,
excessivos o suficiente para que as contradições sociais costurem o abismo
entre o discurso e as práticas cotidianas.
Inserido numa realidade pragmática, mergulhado em um oceano absurdo de estímulos e informações, o habitante da urbe, como nos diz Simmel, não possui capacidade psicobiológica suficiente para que surja, em sua consciência, o elo crítico que o faria estacar em sua atividade autômata e perceber as contradições no todo do ciclo social.
Identificado pelo discurso midiático maniqueísta, ora como algoz, ora vítima, muitas vezes simultaneamente nas duas posições, o habitante da urbe, psicoburgês, torna-se presa de uma rotina de manutenção da pólis, estando sempre um passo aquém de suas obrigações, ao mesmo tempo em que seus anseios primitivos, negados por uma moral de conduta, são estimulados pela publicidade.
Essa dicotomia restringe sua percepção do processo natural
em seu entorno, no qual está inserido, deixando então de considerar os caminhos e limites que o impediriam de sobrecarregar o sistema orgânico, e perceber-se como sujeito dentro da extrema fluidez em que ocorrem as experiências vividas em si e em sociedade.
Como Flusser nos convida a perceber, o fotografo é similar a um caçador na tundra ou, no caso do projeto urbe fágica, em busca do instantâneo que, no cotidiano revele as contradições de nosso contrato social.
Inserido numa realidade pragmática, mergulhado em um oceano absurdo de estímulos e informações, o habitante da urbe, como nos diz Simmel, não possui capacidade psicobiológica suficiente para que surja, em sua consciência, o elo crítico que o faria estacar em sua atividade autômata e perceber as contradições no todo do ciclo social.
Identificado pelo discurso midiático maniqueísta, ora como algoz, ora vítima, muitas vezes simultaneamente nas duas posições, o habitante da urbe, psicoburgês, torna-se presa de uma rotina de manutenção da pólis, estando sempre um passo aquém de suas obrigações, ao mesmo tempo em que seus anseios primitivos, negados por uma moral de conduta, são estimulados pela publicidade.
Essa dicotomia restringe sua percepção do processo natural
em seu entorno, no qual está inserido, deixando então de considerar os caminhos e limites que o impediriam de sobrecarregar o sistema orgânico, e perceber-se como sujeito dentro da extrema fluidez em que ocorrem as experiências vividas em si e em sociedade.
Como Flusser nos convida a perceber, o fotografo é similar a um caçador na tundra ou, no caso do projeto urbe fágica, em busca do instantâneo que, no cotidiano revele as contradições de nosso contrato social.
Ricardo Pozzo
Publicado na Revista
Interface/ UNESP volume 16 número 43 out/dez de 2012
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