A ponte no alto de um despenhadeiro, eu com ela a balançar,
não caia ponte, tenho medo, mesmo que milhares a vejam de
lá.
Sob o sabor de um forte vento frio, senti a ponte a me guiar
para os teus braços amor meu, senti teu corpo ao me abraçar.
Ponte que nos faz ver bem longe no horizonte, planícies
verdejantes,
pinheiros,lagos, gelo no pico dos alpes,cuja vista me
assombra,
trazendo respingos d ‘água no meu rosto, ainda que de jeito,
Tira de mim qualquer outro gosto que não seja o de
contemplar!!
Ah, ponte, vai buscar o lamento, que nos une ao mundo de
Deus perfeito,
Vai buscar ligeiro a memória fria de qualquer ponto do
universo
já não me importa quais sejam as rimas dos meus versos
Se não sei onde andará, um gole desse lamento feito
Oh, ponte que balança, frágil, de cordas e madeira tão nobre
De onde se avistam castelos de contos de fadas e de um rei à
frente de seu tempo
sensível à beleza, ao amor, aos cisnes de pedra, Lohengrin
musical,
que de fim trágico sequer chegou a sentar-se no trono real.
Ponte onde passam ricos e pobres, ponte móvel, ponte
dormente,
Aquela que nos une ao silêncio de Deus com a brisa fria na
face ardente,
Ponte que urdiu tramas na madrugada, para salvar povos de
guerra e doentes
Ah, ponte, que assim como une margens, penhascos, montes
Estradas da vida corações ardentes, ponte que une a mim e a
ti
Traz nossos aromas sutis diluindo a saudade da tarde,
Sela com amor e carinho nossa tão grande amizade.
Carolina Monte Studart Gurgel
Fortaleza, 19.03.11
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