sexta-feira, 18 de outubro de 2019

DILEMAS IMPORTANTES DA VIDA



Continuo um acossado ao pensar na natureza e no homem. Não tenho conserto. Continuarei olhando, eu, morto, no espelho.

DILEMAS IMPORTANTES DA VIDA

Cansei-me de ver meu igual misturando virtude, ética e moral, de acordo com seu bel prazer. Como se os dilemas importantes da vida fossem apenas atributos do ser. Nenhum sujeito atento aos tormentos mundanos passa impune pelos problemas inafastáveis. Afinal, as coisas importantes da vida nos surgem como emblemas indecifráveis.

Eu seria virtuoso porque possuo uma capacidade, uma habilidade qualquer. O que não seria contrário à disposição que me permitiria cumprir bem minhas tarefas, tal como quiser. Ou o poder de julgar aquilo que, na vida, deve ser perseguido ou afastado. Eu sei que nossa coragem interna sempre passa o recado adequado.

Mas a virtude não deveria ser uma potência moral, susceptível de avaliação positiva, para o bem, para o mal. Assim entende os sábios hoje em dia. A virtude seria uma declamação vazia. Dirige-se a nós enquanto sujeito de vontade subjetiva. E esta assertiva, para os acossados pelos dilemas morais, eu jamais entenderia.

Eu prefiro ver os assuntos morais como uma conduta de valor positivo, na qual a virtude estaria inserida. E não conseguiria ficar indiferente às valorações morais incessantemente repetidas. Sou governado pelo juízo do bem e do mal. E sofro com a identificação das minhas condutas em todo santo instante, por sinal. Nietzsche é um senhor sem um jaleco moral.

Mas não sou eu, e sim a ética, que estuda a conduta humana. Qualquer que seja o ponto de vista abordado, a ética é insana. É um fim para o qual devemos nos guiar, mas é também a força que determina nossa direção. Este emblema não tem outro propósito senão me trazer confusão.

Se eu penso tanto no bem, a ética deve ser a realidade perfeita. O bem como perfeição real, que só encontro de forma rarefeita. E se o bem também determina minha direção desde cedo, não posso negar que seria a força e objeto do desejo.

Ao olhar as nuvens fantasmagóricas ao alto vejo que a ética atinge a moral. Olho os desenhos no céu e vejo que Deus não poupou nem a natureza do bem e do mal.

Eduardo Ribeiro              

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