sexta-feira, 4 de outubro de 2019

PENSAMENTOS DADAÍSTAS


Jairo Mellis         


Começou chover e o céu está cheio de pensamentos. As chuvas se sentam no sofá e sorriem uma das outras por que as pessoas caem nos rostos dos infelizes que enfiam a cara na geladeira e derrubam as nuvens do céu. Que belas nuvens carregam o vento pelos céus coloridos e anis, diante o qual me deixa alegre e tenho vontade de dizer, mas a tela do computador escurece e de repente relâmpagos e mais trovoadas caem na floresta da minha cama e nas plagas onde sorvem o corpo dos mortos, os féretros que passam inocentes diante nossas ruas acompanhados pela procissão dos loucos padres que não sabem que são todos de barro e podem cair e morrer novamente... Como são belas as folhas de papel em branco! Iguais minha mente e como a imaginação dos anjos descendo a escadinha que deixei no porão para que cantassem à noite quando me desse vontade de dormir e não conseguisse porque os rouxinóis ficassem me atormentando juntamente com aquelas aves miseráveis que bradam todas as manhãs... Seriam os jaçanãs, os abutres os urubus? Nem sei... Acho que deveriam pegar uma vassoura e voar por aí como as bruxas que estão nas ruas se dizendo gente mas que não passam de figurinhas coladas no meu álbum do Orkut e do Facebook. Nossa! Será que elas pensam?
Talvez se as nuvens caírem realmente acabará a procissão e não sei pra onde irão as messes, nem mesmo as preces das enlouquecidas barbáries deste mundão cheio de gelatina que está na minha geladeira agora que as ruas estão coberta de uma cobertura de morango e outra de chantili.
Ai! Quero me internar porque acho que eu não estou bem e nada mais na vida faz sentido! Aqueles médicos malucos todos viciados em remédio talvez me ajudem a sofrer menos e a aliviar minha tensão...


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