quarta-feira, 9 de outubro de 2019

teia



teia

então fui diluindo a loucura
ao compreender que a nascente
de tudo era um caos

urbano e diurno

aprendi a velejar pelas calçadas
como uma sombra entre sombras

sem inventar rastros
ousei vestir os sapatos da morte
e revelar-me ao círculo visceral
da existência

nem fui o
insano ou o decrépito humano

apenas despi a coragem e vivi
sem pele a lapidação da alma

perdi o que
não era essência

e agora
pleno de mim
não sei nem sou

Lau Siqueira       

(do livro Texto Sentido, Ed. Bagaço-PE, 2007. LS)


Nenhum comentário: