30 de dezembro de 2008.
A proximidade do final de ano, me fez repensar um monte de coisas. Não daquelas coisas que os comuns pensam, 'O Que Mudar No Ano Novo'; promessas mais comprometedoras, 'Ano Novo, Vida Nova'; como se isso fosse possível, e outras ainda tão mais absurdas, que me reservo o direto de nem perder tempo com elas.
Minha consciência, me apresentava situações esdrúxulas de comportamento humano durante toda a história da humanidade. E flagrado na conduta, mas flagrando as estapafúrdias condições vivenciadas nos meus 63 anos, afundei meus pensamentos nas incoerências.
Em dois dias, será na complexidade do tempo, algo que foi nominado como 'Ano Novo'. Cabem aqui, no entanto, algumas perguntas:
- Mas que raio de ano novo é esse?
- Alguém pode me dizer quando foi que o tempo começou?
- E se começou, quem estava lá, atemporal para registrar o começo?
Poderia formular um sem número de outras questões, dentro do tema, contudo, como quero me estender, fico por enquanto com essas.
Avaliando o tal do tempo passado, isso contado em anos, cheguei as seguintes conclusões, e quem quiser que me siga, ou grite, 'Pára O Carrossel Das Ilusões, Porque Eu Quero Descer'.
2008. Será?
Vivemos uma contagem de tempo, a partir de um 'Calendário' chamado 'Gregoriano', criado no ano de 1582, pelo papa Gregório XIII, que como não podia deixar de ser, era um papa católico - (Há, há, há) – e passava a ter para completar um ano, 12 meses, incluindo dois meses ao calendário original.
Contudo, se esse calendário foi criado naquele ano, e era 1582, esse tempo foi contando a partir de qual calendário original?
- Fácil essa resposta:
- Vigia até então, o 'Calendário Juliano', criado pelo 'Imperador Romano Julius Cesare", 46 anos antes do nascimento de Jesus. Tal calendário marcava a duração de 'Um Ano' com apenas 10 meses, tanto que, 'Dez-embro' quer dizer, etimologicamente, '10º Do Ano', e atualmente, tem o número 12; como 'Nov-Embro' o 9º, tem o número 11, e assim por diante em ordem regressiva até 'Set-Embro', o 7º, que tem o número 9; tudo isso, numa época contada ainda por outro calendário.
Ora sendo o 'Calendário Juliano', o ponto de partida, o atual mês de Dezembro, não é dezembro, novembro não é novembro etc., e..., tal.
Só nessa resposta já foram relatados, 3 calendários e para não me estender muito deixei de citar o calendário anterior ao 'Calendário Romano', porque senão precisaria me ater ao início da contagem do tempo com a criação dos primeiros relógios, e ao invés de uma crônica, só esse tema, 'Os Primeiros Marcadores Do Tempo' se transformaria num livro.
Entretanto, vejamos como estamos atualmente em termos de tempo.
Partindo de 1582, temos decorrido até o atual 2008, 426 anos. Afinal, estamos em 2008, passando para 2009 ou estamos no ano 426 passando para 427?
Escolha você, amigo(a) leitor(a) em que ano quer estar.
Noutra questão surge a dúvida. Se o ano de 1582, era contado partindo do calendário anterior, que datava de 46 A. C., em que ano estamos, levando em consideração que aquele calendário continha apenas 10 meses?
- Essa resposta também é fácil, um pouco complicada para entendimento, mas, fácil de calcular:
- De 1582 até 2008 transcorreram-se como já visto, 426 anos, porém, se o calendário de então que tinha 10 meses fosse o correto, para empatar com o atual de 12 meses; a cada 6 anos precisamos debitar mais um, e creditar ao resultado encontrado, pois, a diferença era de 2 meses por ano. Assim, os 426 anos, passam a ser..., 497 anos. Logo, ao invés de 2008, estaríamos no ano de 2079.
Contudo, se o calendário certo for o atual, a conta é diferente. Deve-se tomar o ano de partida, 46 A. C., verificar quantos períodos de 12 meses, se incluem nos transcorridos anos e dividi-lo pelo prazo de 12 meses para achar a data real (?) atual. Encontraremos dessa maneira o total de 316 períodos de 5 anos para acrescentar 2 meses a cada um sendo que sobram em complementação, 2 anos em decorrência. Esses períodos geram um total de 632 meses de diferença a serem acrescentados, e isso dá 52 anos a mais, sobrando à complementação, 8 meses em decorrência. Logicamente, estaríamos no ano de 1958, mais ou menos em agosto. Será ?
Escolha você, amigo(a) leitor(a) em que ano quer estar.
Por outro lado, voltemos nossa atenção para a simples passagem de ano, que se dará na próxima quarta-feira, dia 31 de dezembro.
Seria bem lógico, se o dia seguinte, (1º de janeiro), fosse Domingo. Toda semana começa num domingo e termina num sábado. Claro que sendo primeiro dia do ano deveria começar com o primeiro dia da semana, afinal, o ano é medido em períodos de sete dias e tem o total de 52 semanas, deixando de constar um dia, que seria o último, ou o primeiro do ano. E qual seria esse dia?
Entretanto, segue cronologia que seria lógica, de quarta passa para quinta-feira, que embora sendo a primeira semana do ano, não começa no domingo.
Se Dezembro não é dezembro, assim, janeiro também não é janeiro, nada demais que o primeiro dia também não seja domingo.
Se o ano não começa em janeiro; se não termina em dezembro; se a última semana do ano, não acaba num sábado; se a primeira semana do ano não começa no domingo, em que raio de tempo referencial..., vivemos?
É. Quando dizem que vamos passar de ano, as pessoas comuns começam a imaginar coisas, justamente aquelas coisas comuns..., 'O Que Mudar No Ano Novo'; e ainda, promessas mais comprometedoras, 'Ano Novo, Vida Nova'; como se isso fosse possível...,
Vamos passar para onde?
Quando?
Em que tempo?
Quem souber a resposta que me a dê.
Eu me declaro perdido no tempo, como um ponteiro de segundos que se soltou e caiu junto ao vidro do mostrador dum relógio. Os grandes apontadores, presos ao eixo que imaginariamente os mantém concêntrico, seguem marcando os tempos maiores, minutos e horas, mas aquele que os informa das frações passadas, está inerte. Permanece na base, solto, junto à transparência do vidro, mas, é como se revoltado..., se tivesse soltado e apreciasse o absurdo espetáculo do universo minimalizado..., das incontáveis voltas e mais voltas dadas pelos outros ponteiros, sem saírem do lugar.
E ainda dizem ..., que o tempo passa.
Olinto Simões
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