quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

o Poema e Eu

Sinto o cheiro da chuva
Terra molhada, cheiro suave
Traduz-me um sentimento, sentimento puro
Essa pureza cai-me como uma luva.

Eu tenho um sentimento, suave, cheio de rimas
Amor pra mim, não rima com dor, mas com flor
Meus lírios, minhas rosas, seus perfumes, aromas
Vão e vêm, incendeiam, exalam, cheiro de puras formas
Me fazem voar, ao passado-presente voltar, voltei a rimar

Há tempos abandonei a métrica, as regras, as rimas
Em alguns tempos fui livre pela liberdade dos outros
Amei, vivi pelo que viviam os outros
Sonhei, realizei, falei, pensei o que queriam os outros

Pensava que a métrica fosse minha prisão
Não! Era o mundo, meu mundo exterior
Feito por alheias mãos. Não era o poema a prisão
Triste ilusão...Era meu coração.

Hoje, os sentidos outrora adormecidos acordaram
Ouço meu espírito ditando versos
Vejo o Sol brilhando pra mim
Sinto a doçura dos versos métricos ou não
Sinto o cheiro da tinta há anos esquecido
Toco o papel, fiz dele novamente amigo

Meu sentimento agora é só meu, é teu
Meus versos são meus, são teus
O cheiro da chuva me traz lembranças
Me leva a sonhar novamente

O Perfume das flores se espalha no ar
Do quê me lembro?
Ainda não sei, contarei
Quando voltar a dormir e sonhar...


Huliana Ribeiro dos Santos

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