Criança! Escolha o lixo menos podre! Diz a mãe entre as larvas da miséria mesmo sabendo que nada alí lhe renderá a possível morte da fome.
Aquele mendigo já foi rei e hoje rasga com as unhas negras da vingança todos os leões capitalistas que usam ternos Armani falsificados mas exibem um glorioso nariz apontado para frente.
Tudo é umbigo nesse mundo cão e a guerra é só um déficit de corpos e muitas cartas do estado enchendo as caixas postais das viúvas que olham para os seus filhos e clamam por um vinho menos rascante então ASSALTE-ME! ASSALTE-ME!
Leve todos os bens que carrego nos meus bolsos porque eles me fazem mal!
Leve também meus documentos, vista-se de mim e sofra, como eu, o peso de ter um nome e uma identidade fotográfica com muitos números facilitadores do controle dentro desse panóptico mal iluminado.
Porque o homem
É ventríloquo do ego - senta no meu colo e não abra a boca
É marionete automática - não vejo as linhas que me prendem
É a serpente que come e se engasga com o próprio rabo - rabo na garganta.
O limite do homem é a extinção de tudo que o alimenta.
Camila Vardarac
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