(Com
tema de Renato Carneiro Campos)
Mas
eu enfrentarei o Sol divino,
o
Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei
porque a teia do Destino
não
houve quem cortasse ou desatasse.
Não
serei orgulhoso nem covarde,
que o
sangue se rebela ao toque e ao Sino.
Verei
feita em topázio a luz da Tarde,
pedra
do Sono e cetro do Assassino.
Ela
virá, Mulher, afiando as asas,
com
os dentes de cristal, feitos de brasas,
e há
de sagrar-me a vista o Gavião.
Mas
sei, também, que só assim verei
a
coroa da Chama e Deus, meu Rei,
assentado
em seu trono do Sertão.
ARIANO
SUASSUNA
(João Pessoa-PB, 16/06/1927 - Recife-PE, 23/07/2014)
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