quarta-feira, 10 de setembro de 2008

adormecido

Para A. de Azevedo

Sereno, ao calor da Cheia ele dormia
Sobre alcova de rosas derramado
Em sono respirava incenso e poesia
No véu da noite, negro e perfumado

Era um anjo do céu na bruma sombria
Pelo braço de Morpheu acalentado
Que de sonhos s’afogava e se nutria
Em nuvens d’algodão, o meu amado!

Muito belo! O corpo descansando...
Doce boca os lábios entreabrindo...
Formas másculas o leito revirando...

Não censures a mim, amante lindo!
Em ti – às escuras eu rio chorando
Em ti – às claras eu choro sorrindo!
Alessandra Bertazzo

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