Gloria Kirinus
De amanhã não passa. O tal amanhã passou e foi precisamente ontem o dia limite para cumprir o que deveria ter sido cumprido há muito tempo: enfim, resgatei os banners que deixei guardados numa livraria no centro da Praça Osório de Curitiba.
Estavam ali, enrolados, prontos para o retorno. No caminho de volta encurtei os dois pontos mais distantes pela reta que sempre une. Para meu espanto ,ganhei alguma soberania inusitada com meu passo diagonal que em total vagabundagem do pensamento desfilava reinos invisíveis.
A banca de jornal no meio da praça indicou boa pedida para descansar meu =etro, digo, o rolo de banners, quando saltou a primeira manchete do jornal do dia: Autor de Literatura Infanto-Juvenil... Mas essa é minha raça, minha tribo, meu lago de cisnes... Aprumei os óculos e continuei a leitura - bengaladas em direção do Dirceu... Mas é o Ives, o próprio homem de bem e de galante gala! Lembro dele, sempre de caneta em mão, alian=o ao milenar bastão mágico a vasta palavra Abracadabra...
Peguei rapidamente meu cetro do chão e vislumbrei uma justiça movida a =astão mágico, em elevação moral, desfeita pelo Ives, esse Rômulo germânico, encarnando por instantes o estandarte virtus.
De rainha virei guerreira e desferi bengaladas nos gigantes da praça. O rôlo de banners cumpria bem sua missão dinamizando um misto de ira e dignidade. O basta do bastão do Ives contra injustiças sociais e contra a corrupção política ganhou desta vez a praça, a mídia e seus contornos.
Não passou de ontem. A crise do mensalão cumpriu uma etapa e os magos milenares encurtaram suas varas. Dedos no teclado e novas histórias para o amanhã. Sejam bengalas, sejam canetas, sejam banners, sejam bastões, a mensagem é uma só: basta.
22 de fevereiro de 2006." site Opinião e Informação " .
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