Engraçado como algumas coisas que fazem parte do nosso cotidiano podem começar a "bater" de outra maneira se as virmos por outros ângulos, diferentes daquele que estamos acostumados.
Eu sempre peço às minhas alunas que ouçam a música com o coração, para que cada uma a interprete de uma maneira. Há uma ordem, uma coreografia, mas cada ser humano é único, deve-se respeitar a individualidade mesmo nesse caso.
Foi em meio à euforia e festa do Carnaval que escutei a música de uma maneira diferente. A música estava ali o tempo todo, tocando há algum tempo, mas só agora eu pude escutar de verdade.
Digo escutar porque ouvir é um ato mecânico, inerente ao ser humano, escutar é divino, escuta-se com a alma e com o coração, e poucos privilegiados conseguem desfrutar desse prazer.
Talvez o que me toca estivesse encoberto pelos vocais, pela letra ou pela melodia, pois todos eles são percebidos facilmente quando ouvimos a música, e talvez sejam o que toca a maioria das pessoas.
A música para mim está ao fundo, na batida que, mesmo sendo fundamental para que haja harmonia, pode parecer menos importante para outros ouvidos. Foi lá que encontrei a minha música, no balé das baquetas e no toque do couro. Quando a música me transporta para outro mundo, onde tudo tem uma razão maior para acontecer, meu coração pulsa e minha alma é embalada no ritmo da percussão.
Déa Paulino
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