Chegaste antecipado de mistérios
tendo na face, amorfo, o meu segredo.
Na argila do teu beijo adolescente
trazes canções molhadas de esperanças
sobrepairando lábios e hemisférios
onde se oculta, informe, o teu degredo.
Te vejo aproximado e intransparente,
te sinto inatingido de lembranças.
Por onde andaste, ó ave de granito,
plantando os pensamentos? Onde a veste
a seduzir-te chamas, branco e espaços?
Meus olhos te investiram de infinito
guardando, intato, o amor que não trouxeste
na tarde prematura dos teus braços.
ZILA MAMEDE(1928-1985) poeta paraibana, formou-se
em biblioteconomia, trabalhou no Instituto Nacional do Livro, em Brasília.Foi
diretora da biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde
viveu a maior parte de sua vida e onde o mar a levou para sempre. Publicou :
Rosa de Pedra (1953), Salinas (1958), O Arado (1959), Exercício da Palavra
(1975), A Herança (1984) e Navegos (Poesia reunida 1953-1978).ZILA MAMEDE está
na 75ª postagem da série AS MULHERES POETAS...
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