Noite.
A lua vem brincar no céu
rodeada de estrelas:
ciranda e silêncio.
O mar vem... o mar vai... o mar volta...
murmurando sua
antiga cantilena - maré baixa
maré cheia -
cheia de encanto, lendas e sereias.
Sortilégio. Solidão.
Não
o mar não vem, o mar não vai, o mar não volta
o mar não sai
de mim...
- E eu não sou ninguém.
O mar revolta!
e revive... e revolve
velhos pesares
vendo a lua jogar em seu dorso arabescos de prata
monocordicamente.
Ondas no mar
estrelas no céu
e Deus
e eu - grão de areia - deitada na praia.
Só.
Porém
o mar que vem e que vai e que volta
(em mim e em volta)
volta-e-meia me traz ou me leva um segredo:
peixes... ou conchas... ou seixos...
ou um pedaço de lua
cheia!
- sutis segredos deste mar sem fim
deste mar de espadas soterradas
épico, heroico
que ruge no incógnito de mim
como um remorso...
Mas porém a lua é lirica
e vem cismar entristecida
sobre a solidão dos oceanos...
Satélite de 3.476 km de diâmetro e massa equivalente
à 0,0123 da massa terrestre.
Não importa!
Tenho frio e tenho sono.
E no ventre da noite sem leme
sou como um naufrágio.
O imenso mar me lamenta...
mas a lua perdoa
e as estrelas também.
Olho para cima:
ciranda e silêncio.
Olw
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