quinta-feira, 30 de agosto de 2018

tirano


a esse dito tirano nenhum corvo foi igual
dessa maneira de todos era conhecido ele
bastava dizer la vem tirano pra todos sumirem
se espalhavam ligeiros no vento como abelhas
tirano apenas gargralhava logo enfurecido
roubando de nos tudo q podia e o q não devia
matava pombos patos passarinhos gaivotas
com as gaivotas tirano bem jovem
perdeu um olho e carregava vasta cicatriz
porisso olhava torto como se não olhasse
balançando tanto e mais a cabeça envenenada
gargralhando insano como se fosse desespero
assim era nosso tirano em todas as horas
faminto fulo de raiva ate com as sombras
todos sumiam quando tirano de repente surgia
mesmo sem ser visto so sentido todos berravam
la vem tirano arido gargralhando quase rindo
matando pombos gaivotas corvos passarinhos
comendo ovos destruindo ninhos e vidraças
se espalhando pelos desavisados e arvores
como se fosse uma noite encarniçada e nua
mundo de sangraporco e fodecorvo a dor a dor
gargralhava tirano picando o peito dum pombo
devorando ate os ossos mundo de fodecriança
lodo saindo pelo cu e o tirano sou eu so sou eu
mundodelamaemerda estraçalha tudo q vive
gargralhava tirano triste no telhado de pregos
o pus do olho brincando nas penas nas patas
sozinho tirano não voa mais mas é tirano
tirano agora espeta o resto de tempo furioso
fosse surgir e se veria a fera violenta e bebada
mas nisso agora de solidão tirano fica imovel
lagrimas pingam no chão e nelas ele se mira
rola e se agacha como uma galinha ele tirano
sabe q some desse mundodelamaemerda
merdademerdaemerda é urubu quem herda
tanto se faz e se desfaz tudo se perde e doi
o mundo se dissolve a cada instante e agora
pros q se deitam como galinha pondo ovos
tanto sentido nenhum sentido so a dor a dor
assim a lua vermelha corajosa diz se fudeu
porisso gargralho pra ela catarrovermelhoecu
da pena sumir sem matar mais meus ratinhos
arrancar os olhos de gatos destruir fazer medo
partir asas de corvos comer crias de gaivota
roubar tripas do porto ferir os q dormem e cães
acordar com trovões planar na chuva gelada
gargralhar a vida é grande a vida é minuscula
os q morrem jamais existiram e tudo segue
levanta e gargralha como se fosse morrer
ha mais intensidade e qualidade de vidalegria
o bruto viver na maior grandeza maior beleza
do q numa longa vida saciada pela covardia q ri
malicia e crueldade num mundo q se dissolve
vale mais q bondade cagando num velho ninho
falso mentiroso servo de nada pra nada e fim
se o mundo fosse bom se o mundo fosse
outro mas isso voa voa voa e some e sangra
se o mundo fosse bomdebom se fosse mundo
seria certo e imovel seria doente e não seria
gargralha tirano o mundo pede so o horror
sem mim isso seria vazio e so so no fim
com os iguais a mim ele ganha razão
com furiafuria gargralha pra porra nenhuma
agachado como galinha choca sobre mortos
a doença da cidade entre predios as dores a dor
no buraco podre do olho nas penas caindo
tirano se abre e gargralha eu sei sei demais
fiz tudo pra nada e q se foda o resto e eu junto
amanhã o sol surgira pra todos não pra mim

*ALC

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