segunda-feira, 19 de outubro de 2015



Não adiei nada. Passei alguns dias olhando os canteiros de
amores-perfeitos roxos nas floreiras da Rua XV e viajei
com a ideia de voltar com uma máquina e registrar as flores...
Todas as pétalas roxas ao balé do vento, uma luz estranha
que captava o olhar...
E ontem elas não mais estavam.
Não esperaram minha volta, foram substituídas e
eu me senti como quem entra em uma casa antiga, morta de
vontade de abraçar um amigo e ele já partiu, lá para o outro lado
do mundo... Não adie o desejo. Não deixe para - o depois. Não
espere. As flores são pássaros que duram menos que uma
primavera, voam, e levam a luz comovida. Aquela luz que me
abduzia a cada vez que meus olhos bebiam o roxo violento dos
amores-perfeitos da Rua XV.

(Em Umuarama eu vi esta floreira no pátio abaixo da entrada do SESC,
lembrei "meus" amores-perfeitos e fotografei. Senti saudades das flores
da Rua XV lá longe, mas ainda vou lembrar sempre o roxo esfuziante
que me sugava ,dia desses encontrei uma fotografia e publiquei, mas, eu as queria perto, de perto, como as via)

Bárbara Lia

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