Debruço-me sobre o olhar de Borges
Que se perde na imensitude do vazio
Espaço onde medram medo e silêncio
E as formas se diluem na escuridão.
É lá, recluso em solidão monástica
Que o Poeta debate-se consigo mesmo
E faz desse entrevero, sua obra
Painel ambíguo, auto-retrato, nunca!
A essência íntima do Poeta
É matéria volátil e fugidia
Que escapa por entre os dedos
Feito areia, antes presa numa ampulheta.
E quando suas palavras cifradas
Atravessam o escuro, em fuga
Nada lembram do lugar onde foram geradas
Enquanto o Poeta sorri, esfingemático. . .
José Luiz Santos
- por JL Semeador de Poesias, em 06/10/2015 –
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