durante boa parte da minha vida, fui, inexplicavelmente, um
ímã pra gente maluca, tanto, que acabei por me acostumar com elas. no fundo
gosto de gente doida, gente doida tende a ser contundente, e a contundência me
agrada, sobretudo neste vale de lágrimas mornas que habitamos. água morna
porque virou moda você sempre dourar a pílula, colocar panos quentes, não
desagradar os partidários do que se costuma chamar de "politicamente
correto" - ou a patrulhinha ideológica te pega e aponta com o dedo.
outrora, creio eu, esse papo de "politicamente correto", essa
linguagem morna e essa patrulha toda sobre o que falar e como falar era uma
conversinha daqueles gatopardais que buscavam a manutenção do dito "status
quo", hoje, pasme, é a técnica narrativa por excelência de qualquer um que
queira ser bem quisto e combater o "status quo". por conta disso,
tenho considerado bem mais interessantes os textos de meus amigos da direita
(palavra cujo sentido é um abacaxi, porque se você critica ou questiona
qualquer, mas qualquer mesmo, coisa que contrarie a apostila do partido, você é
peremptoriamente taxado de coxinha, burro, temerista, racista, homofóbico e
mais um monte de tranqueira vocabular que desconheço) do que meus camaradas
partidopanfletários da - ó - ""esquerda"" (isso mesmo, com
duplas aspas). então, entre o senso comum da cerveja artesanal e do hambúrguer
vegano, fico com o rollmops e o traçado - melhor cozinhar o galo e sair com um
sincero bafo de cebola com sardinha, do que disfarcá-lo com um odorífico drops
de cereja.
William Teca
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