Luís Henrique Pellanda
"As aves se serviam de um punhado de ratinhos brancos.
Pinçavam os roedores pela barriga e os chacoalhavam com fúria, até que se
rasgassem. Suas vísceras, então, floresciam, numa violenta explosão de tons
vermelhos, suplicando por um leitor divinatório. Como pode haver, pensei, tanta
cor dentro de um ratinho branco? Pois durante o banquete, não só as seriemas
pareciam seres felizes: a própria moça que as admirava, pasma consigo mesma,
sorria. Que futuro teria lido no sangue?"
Trecho da minha crônica "Pedaço de prisão", que
sai amanhã, na Gazeta do Povo,
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