Uma lavada no campo progressista, do Uiramutã ao Chuí, da
ponta do Seixas ao rio Moa: pelo que entendi, só nas capitais do Acre, do Ceará
e de Sergipe os progressistas foram eleitos. Claro que há razões imediatas para
isso.
(Em Santa Maria, RS, onde o candidato progressista perdeu
por 233 votos, teria vencido se o PSOL (que teve 1224 no 1.o turno) o apoiasse,
em vez de propor o voto nulo, como por sinal esse jovem partido propôs em todas
as capitais onde ele próprio não disputava o segundo turno. Eu apoiei o PSOL no
segundo turno sabendo de seus defeitos)
Mas a grande razão é simples: situações como esta em que
vivemos baixam mesmo o moral. Com uma presidente do PT afastada do cargo, com
uma ofensiva moral contra o principal partido de esquerda, fica difícil manter
o ânimo para ir à luta.
A surra foi total, não dá para disfarçar, e todos apanharam.
Não adianta um partido ou outro dizer, ah eu sou a verdadeira esquerda, ou ah
eu apanhei menos que os outros. Todos apanharam.
Parar com o sectarismo seria um bom primeiro passo.
Discutir os erros do passado também seria bom, mas com uma
ou duas condições: 1. não exigir de ninguém mais do que seria humanamente
possível; 2. criticar o passado para construir o futuro, não para remoer o que
não tem volta; 3. fazer isso com ânimo generoso, não vingativo.
Renato Janine Ribeiro
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